Perda involuntária de urina indica problemas no organismo da criança | ||
por Sarita Coelho | ||
No dito popular, "menino que brinca com fogo faz xixi na cama". Na vida real, uma disfunção no organismo pode levar crianças e adolescente a sofrerem de enurese - perda involuntária de urina em uma idade em que o controle já deveria ter sido alcançado. A falta de controle sobre a urina é muitas vezes tratada por familiares e até por profissionais de saúde como um distúrbio de comportamento. Com isso, a criança apresenta diminuição de auto-estima, isolamento social e passa a se sentir culpada pelo problema. Um estudo realizado no Ambulatório de Urodinâmica do Instituto Fernandes Figueira (IFF) mostrou que alguns sintomas que passam desapercebidos são essenciais para o diagnóstico de disfunção miccional.
"A enurese apresenta duas formas de manifestação: a monossintomática, quando a criança não consegue controlar a urina durante a noite, e a polissintomática, quando ela apresenta sintomas diurnos associados, tais como aumento da freqüência urinária, manobras para evitar a perda urinária e hesitação ao iniciar a micção", diz a médica Eliane Maria Garcez Oliveira da Fonseca, coordenadora do projeto. Segundo Fonseca, o que motiva as consultas médicas são as perdas urinárias noturnas. "Muitos pais chegam nos ambulatórios pensando que os filhos urinam na cama de propósito. Eles relatam transtornos como pijama, roupa de cama e colchão molhados e até se esquecem de mencionar os sintomas diurnos", revela. A pesquisadora avaliou 91 pacientes, de ambos os sexos, com idades entre 5 e 17 anos, encaminhados ao IFF com enurese mono e polissintomática. A freqüência da enurese considerada para inclusão na pesquisa era maior ou igual a uma vez por semana. No primeiro atendimento, ela levantou detalhes sobre a evolução da doença com perguntas objetivas sobre cada sintoma urinário diurno. Também foram pedidos exames físicos e mapas de micção, que registram todos os episódios de enurese noturna por duas semanas e as micções e perdas urinárias diurnas e noturnas durante o fim de semana. Esse trabalho permitiu identificar uma diferença na classificação da doença. "O motivo do atendimento inicial foi enurese noturna em 57 pacientes e enurese noturna associada a sinais e sintomas diurnos em 34 pacientes. Após o atendimento, foi possível identificar a presença de sintomas diurnos em 71 de seus portadores, permitindo o diagnóstico correto quanto ao tipo de enurese", descreve. O passo seguinte foi submeter os pacientes a um exame urodinâmico, que diagnostica a disfunção miccional. Houve associação entre a presença de sintomas diurnos, detectados nos primeiros atendimentos, com a presença de problemas no processo normal de micção. "O risco de um paciente enurético ter disfunção miccional é 20 vezes maior quando há sintomas diurnos associados", esclarece. Segundo a médica, a classificação correta sobre o tipo de enurese é essencial para diagnóstico. "Quanto antes for iniciado o tratamento, melhor para o paciente. Além de diminuir as repercussões sociais e psicológicas de sua incontinência, o tratamento pode evitar a lesão renal com formação de cicatriz e perda de função", explica Eliane Maria. | ||
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