Venham se divertir!

Venham se divertir!
Artesanatos, receitas, reportagens, idéias etc

terça-feira, 25 de maio de 2010

SUIPA / RJ


24/05/2010 11h41 - Atualizado em 24/05/2010 19h38

Mortalidade de cães na Suipa é de 99%, diz MP após vistoria

Órgão investiga desvio de verbas da ONG.
Representantes estiveram no local para apurar denúncia de maus-tratos.

Alícia UchôaDo G1 RJ
Uma vistoria após uma denúncia de maus-tratos a animais na sede da Sociedade União Internacional Protetora dos Animais (Suipa) levou o Ministério Público do Rio a investigar desvio de verbas na unidade, que arrecadou R$ 12 milhões só nos últimos dois anos. Mesmo com a receita, cães vivem sem condições de higiene, alguns em gaiolas e com a mortalidade chegando a 99%, segundo dados da própria ONG enviados ao MP.
Esses mesmos dados mostram que a receita da Suípa em 2008 foi de R$ 5,8 milhões e R$ 6,4 milhões no ano passado. O MP agora quer o detalhamento dos gastos que ultrapassaram o valor, fazendo com que a ONG fechasse 2009 com um déficit de mais de R$ 1 milhão. Segundo o MP, a presidente Izabel Nascimento sacou em apenas dois dias, R$ 324 mil da conta da entidade.
A versão da Suipa
Em entrevista ao G1, Izabel Nascimento confirmou que a mortalidade é alta e que o espaço é pequeno no local para a grande demanda de animais que chegam todos os dias. Segundo ela, cerca de 60 animais dão entrada no local todos os dias, somando cerca de 1.800 por mês.
"Maus-tratos é deixar os animais com fome, bater nos animais. Se existe isso, porque os 30 veterinários que trabalham aqui seriam coniventes? Se eles (os promotores do MP) constataram isso aqui, porque não recolheram os animais?. Maltratados eles chegam aqui, subnutridos, com ferimentos graves, até com tiros e é natural, pelas condições que chegam, que a mortalidade seja alta", conta a presidente da Suipa.
Segundo ela, no dia seguinte à vistoria, a ONG entregou um balanço dos últimos cinco anos ao MP. "A gente precisa de espaço e de verba. A promotora tem que provar que a gente sumiu com esse dinheiro. O MP teve em novembro uma ação civil pública que exigiu que o prefeito fizesse um espaço maior e a prefeitura já tem até o projeto dos canis. No Rio, não outra instituição para receber animais, nem mesmo a prefeitura", pondera Izabel.
Cães são queimados, dizem funcionários
A vistoria do MP contou com o reforço de dois veterinários do Centro municipal de Controle de Zoonoses, dois biólogos do Grupo de Apoio técnico (GAT) e de equipes do Batalhão Florestal da Polícia Militar. Empregados da ONG afirmaram que diariamente animais mortos são queimados num forno crematório no fundo do canil.
Ainda segundo o MP, durante a vistoria, a presidente da unidade chegou a dizer que havia 5 mil cães no local, mas depois corrigiu o número para 2.800. No local, os promotores ouviram de alguns funcionários que a contagem de animais só é feita uma vez por semestre e que o número costuma ser superestimado para justificar os gastos.
 

terça-feira, 11 de maio de 2010

FRASES DE NELSON RODRIGUES

Emoticon de Bebe dançando Emoticons bebe 3D dançando animado engraçadoEmoticon de Bebe dançando Emoticons bebe 3D dançando animado engraçadoEmoticon de Bebe dançando Emoticons bebe 3D dançando animado engraçadoEmoticon de Bebe dançando Emoticons bebe 3D dançando animado engraçadoEmoticon de Bebe dançando Emoticons bebe 3D dançando animado engraçadoEmoticon de Bebe dançando Emoticons bebe 3D dançando animado engraçadoEmoticon de Bebe dançando Emoticons bebe 3D dançando animado engraçadoEmoticon de Bebe dançando Emoticons bebe 3D dançando animado engraçadoEmoticon de Bebe dançando Emoticons bebe 3D dançando animado engraçadoEmoticon de Bebe dançando Emoticons bebe 3D dançando animado engraçadoEmoticon de Bebe dançando Emoticons bebe 3D dançando animado engraçado


Só o inimigo não trai nunca. 

                                                  

Invejo a burrice, porque é eterna.

Não se apresse em perdoar. A misericórdia também corrompe.

As grandes convivências estão a um milímetro do tédio.

Só o rosto é indecente. Do pescoço para baixo, podia-se andar nu.

O sábado é uma ilusão.

O jovem tem todos os defeitos do adulto e mais um: o da inexperiência.

Os homens mentiriam menos se as mulheres fizessem menos perguntas.

Todo ginecologista devia ser casto. O ginecologista devia andar com batina, sandálias e coroinha na cabeça. Como um São Francisco de Assis, com luva de borracha e um passarinho em cada ombro.

A liberdade é mais importante do que o pão.

A plateia só é respeitosa quando não está a entender nada.

Convém não facilitar com os bons, convém não provocar os puros. Há no ser humano, e ainda nos melhores, uma série de ferocidades adormecidas. O importante é não acordá-las.

Sem paixão não dá nem pra chupar um picolé

As vaias são os aplausos dos desanimados.

O dinheiro compra tudo, até o amor verdadeiro.


Obesidade Infantil


Fatos e Mitos sobre a Obesidade Infantil

Factos e Mitos sobre a Obesidade Infantil
obesidade infantil é um problema sem solução!?
O sobrepeso infantil é facilmente superado!?
 Sabe se estas duas questões são verdadeiras ou falsas?
Não tem a certeza ou Não está convicto o suficiente para responder a esta questão!
Então aqui está uma análise rápida sobre alguns factos e mitos sobre as crianças obesas.
Fatos:
O sobrepeso infantil pode ser prevenido.
Esta é provavelmente a melhor forma de tratar as crianças obesas ou que sofrem de sobrepeso.
Infelizmente, nem todos os pais têm esse luxo. Se for mãe de uma criança que ainda não sofre desta causa dos nossos tempos, então tenha uma atitude preventiva antes que a sua criança fique obesa, tome uma atitude relativamente à dieta e ao exercício.
As crianças crescem.
Esta é uma afirmação óbvia, mas que não dura toda a vida. Se tem uma criança com problemas de sobrepeso e se não intervir é muito provável que esse problema de sobrepeso seja transportado para a vida adulta e nesta fase os problemas de sobrepeso são muito mais difíceis de resolver e os danos que foram feitos durante todos esses anos também.
Mitos:
Não é um problema grave.
O problema das crianças obesas é mais grave do que muita gente pensa, porque ninguém consegue saber como uma criança obesa no presente pode ser afectada no futuro quando atingir a idade adulta.
Não existe nada que se possa fazer.
Este é provavelmente o pior mito sobre as crianças obesas. Muitos pais tomam esta atitude e desistem de combater o problema. Esta abordagem para a saúde das crianças é muito perigosa.
Esta foi apenas uma rápida observação sobre alguns factos e mitos sobre a este grave problema que ocorre cada vez mais na nossa sociedade.
Esta abordagem serve para o incentivar a continuar sua pesquisa para descobrir mais informações para que possa começar para trabalhar na sua resolução.

Sobrepeso e obesidade infantil




O problema da obesidade é claramente uma situação complexa para a qual não existe uma causa clara ou um simples remédio para a combater.
Na sua forma mais simples você tende a ganhar peso quando consome grandes quantidades de calorias, depois o seu metabolismo pode efectivamente eliminá-las.
Não pense, nem por um momento, que esta é a única razão subjacente à manifestação física deste problema.
Existem muitos outros factores adicionais que também têm um efeito sobre si tal como o historial da sua familia no que diz respeito ao excesso de peso, o tipo de trabalho que faz, o seu ambiente, bem como a sua corrida.
Só o simples processo de excessos é facilmente realizado na nossa cultura actual, uma vez que tem colocado grande ênfase sobre coisas como a fast food com doses elevadas de comida, e onde se elevou o conceito de “super-sized” a refeições.
O interessante, em que reparamos é que uma refeição “super-sized” contém as calorias suficientes para manter uma pessoa média ao longo de um dia inteiro.
A comida rápidamente se tornou no ponto focal da nossa sociedade e estrutura social proporcionando agradáveis lugares de reunião para famílias, para conhecer e conversar um lugar para amigos conversarem sobre o dia e mesmo reuniões de trabalho. Tudo isto parece ser o centro dos conceitos de comida e comer.
A acção de comer tem sido promovida em anúncios para combater a depressão, bem como o stress. Apesar de tudo, temos tomado consciência para a alimentação de uma maneira positiva, e nós como um grupo tornamo-nos cada vez menos activos relativamente a gerações anteriores.
Causas da Obesidade Infantil, Adulta e na Adolesçência
Isto verifica-se porque as pessoas simplesmente, odeiam gastar o tempo que é necessário para fazer exercicio fisico. Como resultado temos uma acumulação de gorduras desnecessárias que causam, por sua vez,o excesso de peso.
O nosso estilo de vida tem vindo a promover ainda mais na nossa sociedade a existência de excesso de peso com os nossos aparelhos de controlo remoto. Parece-me que poderíamos passar o dia inteiro sentados e nunca ter de andar para atravessar a sala para nada.
Mesmo um pequeno exercicio fisico, tal como passear o cão, poderia fazer uma pequena diferença na nossa condição fisica. A maioria de nós só abre a porta para deixar sair o nosso animal de estimação preferido.
Uma acção onde apenas se gastam, aproximadamente, 2 calorias. Enquanto que um passeio de 30 minutos pode gastar cerca de 125 calorias.
Outro exemplo, lavar o automóvel.
Se levar o carro até uma lavagem de carros só irá utilizar até 18 calorias, porém se fizer uma lavagem manual ao carro em casa, pode gastar até 300 calorias. É este tipo de pequenas tarefas que pode ajudá-lo a gastar as calorias extras do seu corpo.
Existem ouros factores que têm efeito sobre o nosso peso, além de comer. Devemos ter sempre em consideração os antecedentes familiares.
Será que os membros da família têm uma tendência para terem excesso de peso?
Se assim for, pode facilmente ser um problema genético. As estatísticas mostram que, se um dos seus pais tinha excesso de peso ou era obeso, são cerca de 3 vezes a probabilidade de estar na mesma situação.

Copyright © 2010 Obesidade Infantil. Todos os Direitos Reservados.













































































SER MÃE E SER MULHER...


SER MÃE E SER MULHER


A maternidade é, sem sombra de dúvidas, um dos eventos mais importantes na vida da mulher. Ao dar a luz, o foco da atenção volta-se para o filho e a mulher abandona parte dos cuidados que antes dispensava a si mesma
 
Embora esta mudança de foco seja necessária, pois o bebê realmente necessita de toda atenção da mãe, algumas mulheres acabam esquecendo-se de si próprias e tendo dificuldades de retomar a preocupação consigo mesmas. Esta situação faz com que, para algumas mulheres, a maternidade se transforme no momento desencadeador da obesidade.

Atendendo pacientes obesas, percebi que muitas delas queixavam-se do fato de haver engordado após o primeiro filho. Em muitos casos, o aumento excessivo de peso ocorreu durante a gestação, fase que pode facilitar o início do consumo exagerado de alimentos.
 
“Saber recuperar o investimento em si mesma é fundamental para que a mulher possa viver de maneira equilibrada”
Entretanto, mesmo após o parto, algumas mulheres continuam se alimentando de forma incorreta. Para elas, amaternidade torna-se o fato mais importante da vida e, por conseqüência, deixam de investir nos cuidados com o corpo, com a alimentação e com a beleza, abrindo caminho para o início daobesidade.
Embora a maternidade realmente exija muito da mulher, esta não deve ser um pretexto para que ela esqueça de si própria. Após os períodos iniciais da vida do bebê, é importante que a mãe possa voltar a investir em si mesma e se enxergar como mulher.
Assim, ela não sofrerá com a queda de sua auto-estima e poderá manter-se atraente aos olhos dos outros e aos seus. Este investimento garantirá que ela sinta-se mais satisfeita consigo mesma, o que trará reflexos positivos no relacionamento com seu bebê e com todos a sua volta.
Finalmente, cabe dizer que é necessário que toda mulher possa compreender que ser uma mãe atenta e dedicada é algo que pode conviver harmoniosamente com o fato dela também ser mulher e querer cuidar de si.
Saber recuperar o investimento em si mesma, após um período de dedicação exclusiva ao bebê é fundamental para que a mulher possa viver de maneira equilibrada, investindo na felicidade de seu filho e também na sua.
 

segunda-feira, 10 de maio de 2010

VIROSES

Como agem as viroses
por Raquel Aguiar
Ondas de febre, dor de cabeça e mal-estar periodicamente tomam escolas, famílias e ambientes de trabalho. No momento, a maioria dos cariocas conhece alguém com estes sintomas. Alguns pensam que é gripe; outros dizem que é resfriado, e a surpresa vem quando o médico define como virose. Muitos pacientes reagem com descrédito, mas o diagnóstico não poderia ser mais acertado. "Virose é qualquer infecção causada por vírus", esclarece o médico Antonio Sérgio da Fonseca, vice-diretor do Posto de Saúde da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp) da Fiocruz.
"Quando se trata do vírus da Aids, do sarampo ou da rubéola, por exemplo, o diagnóstico é imediato, mas existem numerosos vírus capazes de causar quadros de febre, mal-estar, dores no corpo e na cabeça", explica. "Nestes casos é usado o termo virose porque não importa identificar o vírus causador, já que não existem remédios que atuem sobre o vírus em si, mas apenas um tratamento padrão para amenizar seus sintomas. Sem contar que a sorologia do vírus pode demorar mais que a própria duração da doença".
As viroses mais comuns são causadas por adenovírus, que provocam conjuntivite, resfriados e problemas respiratórios em geral, e por enterovírus, responsáveis por problemas intestinais. As viroses respiratórias costumam ser confundidas com gripe, resfriado e pneumonia, mas existem algumas diferenças fundamentais.
"A gripe é provocada pelo vírus influenza, geralmente causa febre alta, dor de garganta, tosse, mal-estar, dores no corpo e na cabeça. O resfriado, na maioria das vezes, é uma virose, que repete com menor intensidade os sintomas da gripe. Enquanto a gripe e o resfriado atingem as vias aéreas superiores, que, de forma simplificada, englobam nariz e garganta, a pneumonia é uma inflamação dos pulmões causada por fungos, vírus ou pela bactéria Streptococcus pneumoniae", resume.
O médico explica que a pneumonia não é necessariamente uma evolução da gripe, mas que em pacientes idosos ou imunodeprimidos a doença pode facilitar o surgimento de infecções secundárias, como a pneumonia. Seus sintomas são tosse com secreção, febre alta, calafrios, respiração ofegante e dores no peito. As viroses respiratórias e a pneumonia são contraídas na convivência com pessoas infectadas, seja através de tosse e espirros ou do uso compartilhado de copos e talheres. A transmissão é mais fácil entre fumantes ativos e passivos.
As viroses costumam acabar no período de uma semana, mas Antonio Sérgio chama a atenção para uma possível confusão com as infecções de origem bacteriana, que têm sintomas similares mas demandam tratamento com antibióticos. "Convulsões, secreção amarelada, dor torácica, dificuldade para respirar ou o retorno da febre depois de ter regredido podem ser indicativos de infecção bacteriana", enumera. Ele alerta para os riscos do uso indiscriminado de antibióticos. "Eles não surtem efeito em viroses e podem causar efeitos colaterais, como reações alérgicas", diz Antonio Sérgio. Além disso, prossegue o médico, o uso desnecessário de antibióticos altera a flora bacteriana normal do indivíduo, propiciando infecções. Para a saúde coletiva, representa o desenvolvimento de germes cada vez mais virulentos devido à resistência em relação aos remédios.
O médico também recomenda cautela no uso de antigripais, sobretudo entre idosos, porque podem aumentar a pressão arterial. "Para qualquer virose respiratória é recomendável manter o nariz limpo com soro fisiológico, usar antitérmico em caso de febre e beber muito líquido. Deve-se evitar esforço físico, mas permanecer deitado durante períodos prolongados pode acumular secreção no pulmão", aconselha.

Idosos serão vacinados em abril
Desde a primeira campanha nacional de vacinação de idosos contra a gripe, em 1999, cerca de 51 mil internações decorrentes de complicações da doença foram evitadas, segundo estimativas do Ministério da Saúde. Neste ano, a campanha acontece entre os dias 17 e 30 de abril em todos os postos de vacinação do país e pretende atingir dez milhões de brasileiros acima dos 60 anos.
O médico Antonio Sérgio da Fonseca esclarece que em idosos e pacientes imunodeprimidos a gripe pode abrir caminho para infecções bacterianas como a pneumonia. Segundo o médico, não existe restrição de idade para receber a vacina e as únicas contra-indicações são para mulheres grávidas e pessoas alérgicas à proteína do ovo, a mercurocromo ou mertiolate, que são componentes da vacina. "O Programa Nacional de Imunização privilegia os idosos porque, além de serem mais vulneráveis ao contágio, neste grupo as manifestações da doença adquirem maior gravidade", explica.
A vacina leva duas semanas para surtir efeito e em 90% dos casos reduz o risco de contrair a doença. Segundo Antonio Sérgio, o temor de reações e a idéia de que a pessoa vacinada desenvolve a doença logo após a imunização não têm fundamento já que, apesar de serem capazes de desencadear a produção de anticorpos que imunizam contra a gripe, os vírus presentes na vacina estão mortos.
As pessoas imunizadas há menos de um ano também devem ser vacinadas. "O vírus influenza é altamente mutável e, para dar conta de seus novos subtipos, que surgem cada vez mais virulentos e contagiosos, a dose precisa ser renovada anualmente", esclarece. A vacina deste ano já protege contra o vírus Fujian, que causou pandemia nos Estados Unidos e chegou recentemente ao Brasil.
Ao longo da história, as epidemias de gripe atingiram milhões de pessoas, como a famosa gripe espanhola, responsável por 20 milhões de mortes em 1915. As últimas epidemias a atingir o Brasil foram a gripe asiática de 1957, que nada tem a ver com a recente Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), e a gripe de Hong Kong, de 1968. Juntas, elas mataram dois milhões de pessoas em todo o mundo. Esta semana a Organização Mundial de Saúde está reunida em Genebra para discutir o risco de uma epidemia mundial de gripe.

SAÚDE DOS PEQUENOS


Perda involuntária de urina indica
problemas no organismo da criança
por Sarita Coelho
No dito popular, "menino que brinca com fogo faz xixi na cama". Na vida real, uma disfunção no organismo pode levar crianças e adolescente a sofrerem de enurese - perda involuntária de urina em uma idade em que o controle já deveria ter sido alcançado. A falta de controle sobre a urina é muitas vezes tratada por familiares e até por profissionais de saúde como um distúrbio de comportamento. Com isso, a criança apresenta diminuição de auto-estima, isolamento social e passa a se sentir culpada pelo problema. Um estudo realizado no Ambulatório de Urodinâmica do Instituto Fernandes Figueira (IFF) mostrou que alguns sintomas que passam desapercebidos são essenciais para o diagnóstico de disfunção miccional.

Guto Mesquita/Fiocruz

"A enurese apresenta duas formas de manifestação: a monossintomática, quando a criança não consegue controlar a urina durante a noite, e a polissintomática, quando ela apresenta sintomas diurnos associados, tais como aumento da freqüência urinária, manobras para evitar a perda urinária e hesitação ao iniciar a micção", diz a médica Eliane Maria Garcez Oliveira da Fonseca, coordenadora do projeto.
Segundo Fonseca, o que motiva as consultas médicas são as perdas urinárias noturnas. "Muitos pais chegam nos ambulatórios pensando que os filhos urinam na cama de propósito. Eles relatam transtornos como pijama, roupa de cama e colchão molhados e até se esquecem de mencionar os sintomas diurnos", revela.
A pesquisadora avaliou 91 pacientes, de ambos os sexos, com idades entre 5 e 17 anos, encaminhados ao IFF com enurese mono e polissintomática. A freqüência da enurese considerada para inclusão na pesquisa era maior ou igual a uma vez por semana. No primeiro atendimento, ela levantou detalhes sobre a evolução da doença com perguntas objetivas sobre cada sintoma urinário diurno. Também foram pedidos exames físicos e mapas de micção, que registram todos os episódios de enurese noturna por duas semanas e as micções e perdas urinárias diurnas e noturnas durante o fim de semana.
Esse trabalho permitiu identificar uma diferença na classificação da doença. "O motivo do atendimento inicial foi enurese noturna em 57 pacientes e enurese noturna associada a sinais e sintomas diurnos em 34 pacientes. Após o atendimento, foi possível identificar a presença de sintomas diurnos em 71 de seus portadores, permitindo o diagnóstico correto quanto ao tipo de enurese", descreve.
O passo seguinte foi submeter os pacientes a um exame urodinâmico, que diagnostica a disfunção miccional. Houve associação entre a presença de sintomas diurnos, detectados nos primeiros atendimentos, com a presença de problemas no processo normal de micção. "O risco de um paciente enurético ter disfunção miccional é 20 vezes maior quando há sintomas diurnos associados", esclarece.
Segundo a médica, a classificação correta sobre o tipo de enurese é essencial para diagnóstico. "Quanto antes for iniciado o tratamento, melhor para o paciente. Além de diminuir as repercussões sociais e psicológicas de sua incontinência, o tratamento pode evitar a lesão renal com formação de cicatriz e perda de função", explica Eliane Maria.

A REVOLTA DA VACINA


Revista de Manguinhos
Dias de revolta
por Ana Palma
Na quinta-feira, 10 de novembro de 1904, a cidade do Rio de Janeiro amanheceu em pé de guerra. O motivo para tamanha irritação era a publicação, por A Notícia, do draconiano projeto de regulamentação da Lei de Vacinação Obrigatória, aprovada em 31 de outubro daquele mesmo ano, após calorosa polêmica.
Arquivo/Fiocruz
Na legenda à esquerda se lê: "aspecto da Praça
da República no dia 14 de novembro de 1904
Para uma medida que despertava tanta oposição - pelo menos 15 mil pessoas assinaram listas contra a obrigatoriedade encaminhadas ao Congresso -, sua regulamentação incendiava ainda mais os ânimos, já que não deixava qualquer saída.
O atestado de vacina era exigido para tudo: matrícula em escolas, emprego público, doméstico ou nas fábricas, viagem, casamento, voto, hospedagem em hotéis e casa de cômodos etc.
A reação foi violenta. Do dia 10 ao 12, acidade era sacudida por choques entre a polícia e a população, passeata e comícios. No dia 13, estourava realmente a rebelião, com o povo ocupando os pontos centrais da cidade, construindo trincheiras e enfrentando a polícia a tiros. No dia seguinte, os combates iniciaram-se cedo e espalharam-se por outros bairros. Por toda parte, viam-se incêndios, saques e depredações. A Escola Militar da Praia Vermelha aderia à revolta, rendendo-se apenas na madrugada do dia 15, ante a ameaça de bombardeio pelas forças navais.
Com a derrota dos cadetes, o movimento assume um caráter mais popular. Operários faziam barricadas e atacavam fábricas e uma delegacia. E no bairro da Saúde, segmentos marginalizados da população resistiram até a invasão das forças militares. Houve incidentes isolados até o dia 19. A revolta tinha sido debelada. Seu saldo: 945 prisões, 461 deportados, 110 feridos e 30 mortos.

Muito mais que apenas medo de injeção
Um acontecimento de tamanhas proporções não foi, sem dúvida, motivado apenas pelo medo de injeção. Revisitá-lo significa delinear o contexto em que se deu a Revolta. É buscar na compreensão do longo processo de expropriação a que foi submetida a população carioca de baixa renda com o bota-abaixo da Reforma Pereira Passos e nas manipulações políticas das elites nacionais (positivistas, republicanos radicais, descontes com os rumos adotados pelo novo regime, velhos monarquistas instaurados na restauração, jovens militares), os prováveis estopins de uma sublevação que deixou nos rostos e na cidade marcas mais profundas que as da varíola.
Arquivo/Fiocruz
Cartuns publicados na época retratam o clima de guerra na época
Oswaldo Cruz, que assumira em 1903 a Diretoria Geral de Saúde Pública, iniciava suas campanhas com mão de ferro. Brigadas sanitárias, acompanhadas por policiais, percorriam a cidade, invadindo casas, interditando prédios, removendo doentes à força. Somente no primeiro semestre de 1904, foram feitas 110.224 visitas domiciliares, com 12.971 intimações e 62 interditos. O regulamento sanitário de Cruz - logo apelidado de Código de Torturas - interferia diretamente na vida da população que, já tão massacrada pelo custo de vida e sem moradia pela reforma urbana, via-se agora tolhida no exercício de seus subempregos.
"Esse instrumento (a lei de março de 1904) lhe permite invadir, vistoriar, fiscalizar e demolir casas e construções. Estabelece, ainda, um foro próprio, dotado de um juiz especialmente nomeado para dirimir as questões e dobrar as resistências. Ficam vedados os recursos à justiça comum. A lei de regulamentação da vacina obrigatória, em novembro desse ano, viria a ampliar e fortalecer essas prerrogativas, colocando toda a cidade à mercê dos funcionários e policiais a serviço da Saúde Pública. Se alguém escapara dos furores demolitórios de Lauro Muller e do prefeito Pereira Passos, não teria mais como escapulir aos poderes inquisitoriais de Oswaldo Cruz", assinala o historiador Nicolau Sevcenko.

Virtude feminina, inviolabilidade do lar e honra do chefe do família eram ameaças ao povo
Contudo, aspectos econômicos não explicam na totalidade o movimento. Não se pode descartar as razões ideológicas e morais. Conviviam dois conjuntos de valores. Se, por um lado, a elite protestava contra o intervencionismo do Governo e o ataque à liberdade individual, por outro, o povo se sentia ameaçado pelos desrespeitos à virtude feminina, a honra do chefe de família e a inviolabilidade do lar.
Arquivo/Fiocruz
"A Revolta da Vacina permanece como exemplo quase único na história do país de movimento popular de êxito baseado na defesa dos direitos dos cidadãos de não serem arbitrariamente tratados pelo governo. Mesmo que a vitória não tenha sido traduzida em mudanças políticas imediatas além da interrupção da vacinação, ela certamente deixou entre os que dela participaram um sentimento profundo de orgulho e auto-estímulo, passo importante na formação da cidadania. O repórter do jornal A Tribuna (...) ouviu de um preto acapoeirado: (...) O mais importante era mostrar ao governo que ele não põe o pé no pescoço do povo", relata o historiador José Murilo de Carvalho.

Estudo mostra o perigo da transmissão e causa de doenças pelas moscas


Estudo mostra o perigo da transmissão
e causa de doenças pelas moscas
por Adriana Melo
As moscas podem transmitir 64 espécies de vírus, 29 espécies de fungos, 112 espécies de bactérias, 60 espécies de protozoários e 50 espécies de helmintos, além de causarem miíases, popularmente conhecidas como bernes e bicheiras. No Estudo da capacidade de transmissão de agentes patogênicos e causa de doenças por dípteros caliptrados no estado do Rio de Janeiro, pesquisadores coletaram moscas na região da Baixada Fluminense para a análise da presença de microrganismos causadores de doenças nesses insetos. Os resultados da pesquisa, realizada pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC), foram apresentados em setembro no Congresso de Entomologia, em Gramado (RS), e enviados para publicação no Journal of Medical Entomology.

Margareth Queiroz

Musca domestica, mosca comumente encontrada nas grandes cidades
Dípteros caliptrados são moscas que vivem nos mais diversos ambientes e apresentam uma membrana embaixo da asa (calíptera) e um balancim, estruturas responsáveis pelo equilíbrio no vôo. Os microrganismos transmitidos por esses insetos são encontrados nas fezes, no lixo urbano, doméstico ou hospitalar, nas secreções orgânicas e nos cadáveres em putrefação. Eles podem ser carregados pelas moscas aderidos às cerdas presentes em suas patas ou em seu corpo. Alguns microrganismos passam intactos pelo aparelho digestivo das moscas e podem ser transmitidos pelos seus dejetos.
Outro mecanismo de transmissão é através do aparelho bucal, que pode ser lambedor-sugador ou picador-sugador. "Para se alimentar, as moscas que têm aparelho lambedor regurgitam, lançando enzimas sobre o alimento para depois sugá-lo. Nessa regurgitação alimentar podem estar presentes agentes patogênicos", explica a pesquisadora do IOC Margareth Queiroz, doutora em parasitologia médica e veterinária. Já as moscas com aparelho bucal picador alimentam-se de sangue e transmitem doenças ao picar uma pessoa sã logo após ter picado uma doente.
"As moscas percebem o cheiro de alimento a até dez quilômetros de distância. Ao pousar sobre um prato contendo alimento, deixam os microrganismos que estavam nas cerdas ou no aparelho bucal", diz Queiroz. Através da comida podem ser transmitidos vírus como o da poliomielite (paralisia infantil) ou de gastroenterites (causadores de diarréias), bactérias como Salmonella,Shigella ou Escherichia coli - todas relacionadas a diarréias, a última especialmente perigosa para imunodeprimidos -, protozoários como amebas ou giárdias, e ainda ovos e larvas de alguns helmintos como Ascaris lumbricoides e tênia. Segundo Queiroz, as diarréias causadas por esses microrganismos são mais comuns no verão, pois o clima quente e úmido é propício para as moscas.

Margareth Queiroz

Phaenicia eximia, popularmente chamada de mosca varejeira
Algumas moscas são hospedeiros intermediários de helmintos (vermes). Outras se alimentam de secreções oculares e transmitem conjuntivites como o tracoma, de origem bacteriana, que causa cicatrização fibrosa da córnea e pode levar à cegueira. Outras transmitem ainda úlceras cutâneas que podem evoluir para necroses. O ferimento atrai mais moscas que podem espalhar a doença por meio das cerdas ou da regurgitação. Ao pousar sobre feridas abertas, as moscas também podem transmitir doenças como o tétano. O bacilo Clostridium tetani vive no solo e em fezes de animais. Os insetos transportam os esporos do bacilo, que produzem a toxina causadora da doença.
É sobre lesões já existentes que moscas da família Calliphoridae põem seus ovos, gerando as miíases teciduais, conhecidas como bicheiras. Em no máximo duas horas as larvas eclodem. "Esse tipo de miíase tem no mínimo 20 larvas, podendo chegar a centenas", diz Queiroz. "As larvas se alimentam de tecido, invadem cavidades e podem levar à morte. As bicheiras têm cheiro muito forte e são mais comuns em animais, mas também podem acometer pessoas, especialmente doentes mentais, alcoólatras, diabéticos e pacientes com câncer em estágio avançado. Esse tipo de miíase também é associado à baixa renda e à baixa escolaridade".
Margareth Queiroz
Dermatobia hominis, mosca do berne
A miíase furuncular, também conhecida como berne, é mais freqüente no homem que a tecidual, principalmente depois da expansão do ecoturismo. Moscas da família Cuterebridae põem seus ovos em outras moscas, que os veiculam. As larvas penetram na pele íntegra, sem a necessidade de haver lesões. "As míiases geram grandes prejuízos na criação de gado, pois diminuem a qualidade de vida do animal e causam depreciação do couro, que fica marcado por cicatrizes", diz Queiroz.
Segundo a pesquisadora, a higiene é a principal forma de combater as moscas. "Elas são insetos associados ao acúmulo de lixo", diz. Entretanto, inseticidas também se fazem necessários. "Além dos químicos, há também os inseticidas biológicos, que usam princípios ativos de plantas ou bactérias patogênicas para as larvas de moscas, como o Bacillus thuringiensis. Esses últimos ainda estão sendo pesquisados por diversos pesquisadores do Brasil, inclusive do IOC".

Medida simples e barata aumenta o ganho de peso e diminui o tempo de internação de bebês prematuros


Medida simples e barata aumenta o ganho de peso e diminui o tempo de internação de bebês prematuros
por Adriana Melo
Os avanços tecnológicos têm permitido a sobrevivência de bebês cada vez mais prematuros. A descoberta dos surfactantes - medicamentos que aceleram o amadurecimento dos pulmões - e a modernização dos respiradores são alguns dos fatores que ajudam na estabilização clínica dos pequenos pacientes. Entretanto, uma vez alcançado esse objetivo, surge outra preocupação: a alimentação. Bebês com menos de 34 semanas de gestação não conseguem sugar, deglutir e respirar coordenadamente, o que impossibilita a amamentação. A boa notícia é que um tratamento simples e barato pode apressar o início da dieta por via oral, aumentar o ganho de peso e adiantar a ida do recém-nascido para casa.
Uma pesquisa realizada no Instituto Fernandes Figueira (IFF), unidade da Fiocruz, testou a eficiência da sucção não nutritiva, aliada à estimulação sensório-motora oral. Participaram do estudo 67 recém-nascidos admitidos na UTI neonatal. Todos os bebês tinham entre 26 semanas e 32 semanas e seis dias de idade gestacional (tempo decorrido desde a concepção), eram pequenos ou adequados para a idade, nasceram com menos de 1,5 quilo, apresentavam estabilidade clínica e não eram portadores de malformações. Os recém-nascidos foram distribuídos entre o grupo estudo e o grupo controle ao acaso.

Adriana Rocha/Fiocruz

Bebê prematuro recebe estimulação na bochecha
Os bebês do grupo controle receberam leite materno (da própria mãe ou do banco de leite humano) por via enteral - por meio de uma sonda que vai da boca até o estômago - sem nenhuma estimulação. Os bebês do grupo de estudo, depois de estarem clinicamente estáveis e recebendo um volume de leite de 100 ml/kg/dia, começaram o tratamento. Antes da alimentação, recebiam a estimulação sensório-motora oral, uma massagem que engloba bochechas, gengiva, palato (céu da boca) e língua. Durante a alimentação enteral, lhes era dada a oportunidade de sugar o dedo da fonoaudióloga (sucção não nutritiva). Três fonoaudiólogas participaram do estudo, sempre usando luvas. O procedimento, padronizado, era realizado por 15 minutos, cinco vezes ao dia, cinco dias por semana, até que o recém-nascido conseguisse se alimentar exclusivamente por via oral.
"Depois de completar 34 semanas de idade gestacional, o bebê já pode começar a alimentação oral, desde que tenha capacidade para isso", explica a fonoaudióloga Adriana Rocha, mestre em saúde da criança e responsável pela pesquisa. A análise das condições clínicas dos bebês era feita por uma fonoaudióloga que não sabia a que grupo pertenciam. A substituição da alimentação enteral pela oral era feita gradativamente, de acordo com a aceitação de cada criança. "Dependendo da disponibilidade da mãe, ela podia se internar no alojamento de nutrizes do hospital. Nesse caso era aplicada a técnica de translactação: enquanto o bebê é alimentado através da sonda, pode sugar o seio da mãe, estimulando a produção de leite", diz Adriana.
Os bebês do grupo estudo começaram a dieta por via oral cerca de oito dias mais cedo, passaram a se alimentar somente por sucção nove dias antes e receberam alta 11 dias mais cedo, em média, que o grupo controle. Entre os bebês que receberam estimulação, 57,1% mamavam exclusivamente no seio materno no momento da alta, enquanto o grupo controle apresentou uma freqüência de 21,9%. "Dependendo da duração do intervalo entre o nascimento e o começo da amamentação, existe o risco de o leite secar", explica Adriana.
O IFF atende principalmente mães carentes, com gravidez de risco - como adolescentes, hipertensas e diabéticas. "O aleitamento materno determina uma economia significativa para a família, além de ser a melhor alimentação para o bebê", diz Adriana. Além disso, a redução do tempo de internação também diminui os custos para o sistema de saúde.
Resultados tão bons transformaram a prática da sucção não nutritiva em rotina no IFF. O único problema apontado por Adriana é a falta de pessoal para ampliar a aplicação da técnica. "O ideal seria que os bebês recebessem o estímulo nas oito refeições do dia, todos dias da semana. Mas para isso seria necessária a participação de um maior número de profissionais qualificados", diz.
Fevereiro/2005

VIOLÊNCIA.


Violência contra crianças e mulheres
é um dos principais problemas
de saúde do século 21
por Sarita Coelho
Foto: Association Française Janusz Korczak
Não posso viver confortavelmente. Sinto vergonha de ter o que comer quando sei que as crianças têm fome. Tenho desgosto de sorrir quando vejo ao meu redor faces jovens atormentadas.
Janusz Korczak (1878-1942)
O pediatra judeu Janusz Korczak manteve um lar com cerca de 200 crianças em um gueto de Varsóvia, na Polônia, até 1942, quando tropas alemãs obrigaram a ele seus meninos a irem ao campo de concentração de Treblinka. Na ocasião, o governo da Suíça lhe ofereceu passagem e uma cadeira para lecionar em uma de suas universidades. Mas Korczak recusou-se a salvar a própria vida. Pediu às crianças que vestissem suas melhores roupas, pois "iriam dar um passeio" e morreu junto a elas. O pediatra foi uma das figuras lembradas durante as celebrações do Dia Mundial da Saúde, em um evento que enfocou a violência contra crianças e mulheres, no dia 8 de abril, no Instituto Fernandes Figueira (IFF), uma unidade da Fiocruz.
Segundo a socióloga Suely Deslandes, do IFF, a violência contra crianças e mulheres é um dos principais problemas de saúde pública do século 21 e um dos obstáculos à valorização da vida de crianças e mulheres. Ela enumerou os diferentes tipos de violência, desde aquelas decorrentes das desigualdades sociais provocadas por modelos econômicos, passando pela discriminação de gênero e terminando nas originadas dentro dos próprios lares. Ela conta que 54% das crianças até 4 anos de idade nascem abaixo da linha da pobreza. Muitas delas ficando sujeitas a explorações de toda a espécie, tais como o trabalho infantil e sexual.

Korczak e as crianças do gueto,monumento localizado em Yad
Va Shem, Israel, e esculpido
por Baruch Saktsier
A exploração sexual também é um grave problema entre a população feminina. Em 2001, foram descobertas no país mais de 240 rotas de tráfico de mulheres. A precária atenção à saúde e o desrespeito aos direitos adquiridos também constituem formas de violência contra as mulheres. Segundo cientistas, o atendimento médico é avaliado segundo patamares muito modestos entre as mulheres de camadas sociais mais baixas. Elas ficam satisfeitas com a atenção quando não são mal tratadas. Já no ambiente de trabalho, mesmo nas grandes empresas, existe uma dificuldade em se fazer cumprir a lei que dá direito às mães a dois descansos especiais de meia hora cada durante sua jornada de trabalho para amamentar a criança com menos de seis meses.
Dados apresentados pela socióloga Maria Cecília de Souza Minayo, da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp), mostram que a violência no país aumentou muito nos últimos 25 anos. As mortes por homicídio, maior marcador de violência para os cientistas, cresceram 115%. Em relação às mulheres e crianças, o problema é ainda mais grave dentro da família, onde há casos de violência física e psicológica e de negligência em todas as classes sociais. Estudos feitos em diferentes capitais do país mostram que 15% das crianças sofrem violência física todos os dias. No caso da violência psicológica, o número sobre para 48%. Os casos de violência sexual também ocorrem mais no ambiente familiar.

Entre as possíveis soluções enumeradas pela representante da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, Bárbara Soares, ela destacou a maior integração entre as políticas de segurança, os estudos em saúde pública e a sociedade. "A violência contra a mulher é considerada como um problema de saúde pública, mas poderia ser vista também como um problema de segurança pública. Embora não provoque um medo coletivo, essa violência está muito presente na nossa sociedade e repleta de preconceito: muitas vezes, a vítima se cala e a sociedade se cala", diz.
O dia também foi marcado com entregas de medalhas de reconhecimento ao trabalho de quatro profissionais que contribuíram com a consolidação do IFF como centro de referência na atenção da criança da mulher. A pediatra polonesa Mitka Freir, pelo trabalho pioneiro na descrição do nanismo por desnutrição; ao pediatra Newton Potsch, que teve Fernandes Figueira como pediatra e trabalhou na Fiocruz enfrentando a poliomielite; Nilo Vidigal, obstetra com grande capacidade de ensinar, que fez muitos dos partos de servidoras da Fiocruz; e Ludma Dalalana Trota, pioneira no estudo da fibrose cística. Também receberam homenagens o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), a Organização Pan-americana de Saúde (Opas), a Sociedade Brasileira de Pediatria e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).